Estatuto e Organograma do InsTI - Instituto Tonny Ítalo

Ação Sociocultural no InsTI - Outubro Rosa & Mês das Crianças

 Outubro Rosa & Mês das Crianças - Ação Sociocultural no InsTI Vídeo com  flashes  do 12 de Outubro no InsTI  Brincadeiras e Guloseimas ...

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Inaugurada a Biblioteca Comunitária do InsTI - Instituto Tonny Ítalo

“É ver que a tristeza da perda nos fez crescer. Nos faz repensar nosso lugar no mundo, o propósito da gente estar aqui” Mário Fellipe - diretor do Espaço Leitura
Um livro é sempre um mundo. Qualquer aproximação que fazemos em relação a ele, tocando, folheando, observando, lendo, sentindo pode desembocar naquilo que entendemos por intimidade. A intimidade não acontece de repente. Ela precisa de tempo, de maturação. Nosso primeiro contato com um livro se dá, quase sempre, pela capa. A capa funciona como uma espécie de roupa, vitrina de um conteúdo tímido ou que opta por se preservar em um interior para mobilizar nossa curiosidade em conhecer o que há por trás dessa coisa fechada e um tanto quanto enigmática. O livro é um verbo. O livro é ação, pois ele se realiza a partir do contato que estabelecemos com ele e com os modos como criamos outros mundos a partir do toque, da observação, da leitura, da sensação. Toda leitura é um acontecimento. No ato de ler livros, pessoas, lugares, comidas, experiências costuramos roupas-acontecimento para nós, roupas com poderes mágicos, capazes de nos transportarem para mundos outros, de possibilitarem com que tenhamos muitos nomes, muitas vidas em uma só.  A leitura nos torna sabidos, críticos, imaginativos, gulosos, curiosos e assim nos tornamos algo problemático dentro de uma cultura pela aparentemente simples escolha que fazemos ao elegermos a leitura como o modus operandi que nos movimenta no interior das cartografias vigentes.  Se um livro guarda toda essa potência, imaginemos então um lugar como uma biblioteca, morada desses textos-falantes que se arrumam diariamente para nos receber e oferecer para nós um pouco do pão do espírito que faz o nosso ser um constante vir-a-ser.
Nesta manhã de quarta-feira, dia 10 de agosto de 2016 me reporto ao público da cidade de Itaitinga--- desejoso de que nossa relação com os livros a partir de hoje  seja como a daquela menina que Clarice narra em seu conto Felicidade Clandestina que, quando em posse de um livro que tanto desejara passa a desenvolver uma relação íntima, sincera e de intensa felicidade com o mesmo que ela mantém guardado com uma espécie de tesouro, nutrida pelos efeitos da frase da mãe de sua colega que a permite ficar com o livro o tempo que ela desejasse. Essa frase possui ressonâncias em sua vida que converte a urgência em saber o fim de uma história em uma urgência desacelerada em guardar com muito cuidado uma felicidade experimentada clandestinamente.  Nesse contexto, devorar suas histórias configuraria na perda de sua própria felicidade que ela preferiu regá-la a cada segundo, temendo que ela acabasse logo. Diferente da menina narrada por Clarice, teremos oportunidade de experimentarmos diariamente tons diversos de Felicidade, recepcionada por um céu pintado por galáxias e paredes-vivas de histórias e personagens flutuantes, gulosos e convidativos ao desfrute de cada criança, jovem, adulto ou ancião de uma biblioteca que, embora fixa em um lugar físico é móvel no movimento que cada pessoa dá a ela, movimento expresso na visita, na curiosidade, na aproximação, no encontro, na experiência.

Damos início as nossas atividades inspirados na letra da música ABC do Sertão de Luiz Gonzaga que nos apresenta um novo ABC para além de uma língua que se comunica a partir das regras gramaticais. Seu novo ABC é elaborado pelo movimento da experiência do homem do sertão e apresenta sua riqueza pela pluralidade e força do sotaque. O jota é ji, o éle é lê; O ésse é si, mas o érre tem nome de ; Até o ypsilon lá é pissilone; O eme é , O ene é ; O efe é , o gê chama-se guê. Assim sendo, que as possibilidades de invenção e suas encarnações nunca nos deixem paralisar em estantes!
_ Mário Fellipe Fernandes - Diretor do Espaço Leitura do InsTI

Caetano e Cláudia Maia - Arquiteta e diretora
do Espaço Criação do InsTI, coordena as obras
_ Caetano Barros - Artista elaborou o teto da Biblioteca no Solar do InsTI


Biblioteca da Vida


Após presenciarmos a inauguração da biblioteca do Instituto Tonny Ítalo, na qual a emoção sobressaiu em meio a alegria da criançada presente, voltei ao tempo em meus pensamentos sobre os primeiros contatos com os livros, mas livros juntos, sobre determinados assuntos, porque na minha escola, embora particular, não havia esse conjunto, apenas os materiais que a tia pedia.

Num deles, em Fortaleza, a coleção de minha professora particular, já experiente, das mais queridas de sua terra, nos sertões discriminados, e noutro na residência de um tio. Em comum a simplicidade vestida de majestade. Alguns livros usados, outros desgastados, bem usados, expostos numa arcaica estante, com recortes de papéis colados por “durex” anunciando: História, Gramática, Santa Bíblia...Aquilo poderia desagradar o graúdo “doutor”, com sua pomposidade, saudosista das antigas livrarias, Alaor, Araújo, Morais, mas para mim era um castelo de leitura, de curiosidades, não importando se resumindo em vinte, trinta livros, pois tinha nome, biblioteca, apego que convivo até hoje.
 Naquela manhã de meio de semana foram doados 400 exemplares, que, somados aos 600 existentes, a biblioteca no interior de Itaitinga chegou a mil volumes. A ideia da sua instalação não existiu, afinal no surgimento do InsTI era evidente que seria a base do complexo da funcionalidade da ONG. Com os nossos contatos na Biblioteca Pública do Ceará (Menezes Pimentel) descobrimos o projeto Biblioteca Comunitária, cuja coordenação ficava no prédio em que nos encontrávamos, no anexo da Estação João Felipe, e contactamos a equipe. 
Aguardamos a confirmação do CNPJ para, eu, Gláucia Lima e Mário Fellipe, concluirmos o cadastramento junto à Secult/CE. Em poucos dias recebíamos sete caixas enormes e mais duas da amiga Linda e iniciamos a exposição. Contamos também com doação particular de membros e escritores do InsTI.

 Houve o contato com o poeta Almir Mota, que nos envaideceu com a doação do Baú de Leitura, marcando para o dia 10 de agosto a entrega e rica apresentação teatral da sua Casa do Conto. Após campanha de arrecadação financeira, que teve no “1º Arraíá do InsTI” seu marco, nossa arquiteta Cláudia Maia e a presidente comandaram, durante dois meses, que pareceram dois dias, a ampliação, com o Alpendre do “Sítio Recreação” e pintura, esta concretizada, no teto, com a tela “Solar”, do artista plástico Caetano Barros, sintetizando a infinidade e mistérios dos astros, que as “meninas” chamam de “Céu de Brigadeiro”. Durante as obras, os pedreiros se interagiram com a causa, tendo, pelas redes sociais, divulgado mensagens de apoio ao projeto, incluindo menção de solidariedade em mensagem numa das grandes pedras do sítio.

Na véspera, o trabalho de limpeza e preparação da estrutura (incluindo a recolocação de todos os livros nas estantes), que terminou à noite, esforço plenamente recompensado.  Louvamos a Escola Manoel Ferreira Gomes, dirigida pelo Professor Allan Kardec, e coordenada pela Professora Minângela pela presença dos seus alunos, que ganharam um kit do InsTI preparado pela Tia Joyce Sena. Sem essas crianças nada feito. Um amor de comportamento, uma lição para nós.


De dentro do ônibus, na saída, enquanto me saudava com “tchau”, um pequenino, que por sinal saiu na foto do Jornal O Povo no dia seguinte (com um livro na mão), olhava para a casinha, como se quisesse voltar, fazer como eu criança, nas casas do meu tio e da Tia Edna, folhear, folhear e dizer pra mamãe: “conheci uma biblioteca”.

_Lucas Jr. - Coordenador da Biblioteca Comunitária do InsTI
Fac Símile do O Povo
O Povo – Inauguração da Biblioteca do InsTI
TONNY ÍTALO 11/08/2016 O Povo
INSTITUTO TONNY ÍTALO RECEBE LIVROS PARA EXPANDIR ATIVIDADES
Projeto social criado pela família do policial Tonny Ítalo foi alternativa encontrada para lidar com a dor da perda
Instituto Tonny Ítalo recebe livros para expandir atividades
https://t.co/dukzYRFLQR link traz matéria completa
Mário Fellipe - diretor do Espaço Leitura e Lucas Jr, - coordenador da Biblioteca comunitária do InsTI concedem entrevista para o Jornal O Povo
Parabéns! 
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Parabéns a todo o voluntariado da família InsTI, parabéns à comunidade, parabéns à iniciativa!!!

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