
InsTI inova e prestigia a nova Biblioteca
O Instituto Tonny Ítalo completa dez anos e com ele a resiliência pela busca constante da educação, felicidade das crianças e de suas famílias. Não foi em vão ardorosos trabalhos conjuntos, solidariedade e conquista por apoios para todos os projetos. Uma ONG sem fins lucrativos, porém organizada, que se planeja e conquista batalhas. Foi assim que chegou à sua sede em Trairi CE, em volta da sua Biblioteca Comunitária Dona Chiquinha, que, embora em fase final de instalação, já consta com número significativo de livros, revistas e variados móveis graças à gentileza dos seus parceiros.
Como no Barrocão, Itaitinga CE, onde se localiza a sua matriz, a comunidade de Criancó possui vários problemas e carece de infraestrutura: creches, escolas, posto de saúde, falta constante de água e energia elétrica e até de vias de acesso, com estradas ainda no estilo rudimentar, inclusive de areia. Esses problemas estão em nossa pauta de reivindicações junto às autoridades. Para tal, trabalhamos junto com o projeto “Sonhar e Mudar as Coisas”, no qual a comunidade dialoga sobre o atual e o mais além, porque também articula maior participação em prol da cultura, objetivando o futuro, e daí o seu envolvimento junto a esta Ação Social em busca de novas conquistas.
Vídeo dos Geladinhos de "Itu"
Sensação da Ação
«Começamos agradecendo a colaboração das parceiras da Vila Sonhar que atuou para que tudo desse certo e nos proporcionou o espaço onde realizamos nossa Ação com as crianças, especialmente à Letícia da “Caixinha da Felicidade”, nosso muito obrigada, a galera é massa!» Sandra Pedrosa
Fandangos, atividades lúdicas, rodas de conversas, leituras, contação de histórias são atividades prioritárias, uma tradição que o InsTI a cada evento procura crescer e inovar. Uma organização ímpar desde a entrada, com pulseiras nas crianças cadastradas, recebendo toda a atenção, à distribuição dos kits de merenda como geladinhos, sucos, pipocas e biscoitos. Entre os cerca de oitenta brindes: bonecas, fadinhas, carrinhos, jogos, cubos mágicos, pega-varetas, dominós e mola maluca. E em cada entrega o sorriso da criança revelava o amor que a vida nos ensina e a nossa satisfação pelo dever cumprido, sempre na expectativa de melhorar.
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| Momento lúdico com Karine |
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| Fran e a massoterapia nas mães das crianças |
Experiência como esta não existiria sem os nossos colaboradores,
presentes ou não, mas que deixaram o apoio através de doações e manifestações
afins. Entre muitos: Enéas Murta (e seus clientes do Bar do Seu Nonato, no
Benfica), Eduarda, Mary Pena, Maria Fernanda Pena, Sandra Pedrosa (responsável
por estarmos em Trairi), Gólis, Glauba Rocha, Elísio Cartaxo/Gleicy Martins,
Claudene, Irma (a nova cubana brasileira, com CPF e tudo), Eliza, As
Queridinhas, Zenilse, Sôninha, Rayanna, Sheila e Marino, Chico Araújo e Sulling; Ivete Lima, as Queridinhas Vitória e Rozalina, Nilda Pontes e a
querida Fran Gomes, massoterapeuta, de Fortaleza.
«Não foi bem como a gente elaborou, pois algumas pessoas tiveram que se ausentar por problemas de saúde. Mas, mesmo com alguns improvisos, deu certo assim como já havíamos realizado esta parceria, outras duas vezes: na Igreja de Santa Terezinha e no terreno da Associação da Comunidade, agora foi a vez de fazer na nossa Vila “Sonhar e Mudar as Coisas”, onde a rua se chamará “Santa Terezinha”. Vamos começar a pensar a nossa festinha de Natal para as Crianças.» Mary Pena
«Repetindo o sucesso de outras duas versões, onde ocorreram Ações em Trairi, desta feita e celebrando os 10 anos do InsTI, atividade aconteceu na Vila Sonhar, local de nossa nova Biblioteca: Dona Chiquinha e também em parceria com o Coletivo Útera.
Destaco aqui a novidade (e sensação) dos “geladinhos gigantes”: mão de obra pra acabar (risos), animação de nossa “Pissica” e da massoterapeuta que, com sua arte, ajudou a que mães e colaboradoras “aguentassem o tranco”. Vale muito à pena! Verdade, Mary Pena?» Gláucia Lima
Local remonta a chegada dos brancos há 300 anos.
No caminho da sede do município para a praia de Canabrava, o Criancó refere-se à lagoa que abrigava os índios tremembé, que por sua vez, durante a passagem de Martim Soares Moreno por pelo menos duas vezes no século XVII, aliaram-se aos potiguaras (do RN), surgindo a nação étnica Anacé. Com as concessões de sesmaria por Portugal, com intuito de povoar as Capitanias Hereditárias, D. Maria Furtado de Mendonça, viúva de fazendeiro de cana-de-açúcar de Olinda PE, estabeleceu-se à beira do Rio Trairi, onde implementou a primeira indústria exportadora do Ceará, um grande engenho, além de levantar a capela em gratidão à sobrevivência de naufrágio (1725) e deixar descendentes que continuam habitando aquela terra.
E assim, os índios (que já haviam sido alvos de tentativas de tomada de terras pelos holandeses), temendo a invasão dos pernambucanos expulsos pela Guerra dos Mascates, fixaram-se no pé do morro e enterraram suas artes em cerâmicas para não serem extraviadas pelos brancos. Exatamente na região onde se realizou a Ação Socio Cultural. Desse modo, consta no planejamento do Instituto Tonny Ítalo, dentro da “Vila Sonhar”, a campanha por um museu que, de fato, destaque a cultura local. Na ausência dos poderes políticos, seria significante o empréstimo ou doação desses achados artísticos no sentido da guarda de sua memória. Afinal, sabemos, são os índios os verdadeiros donos de nossas terras. Contamos, portanto, com a colaboração dos detentores dessas obras.
_texto: Lucas Jr. – memorialista e pesquisador, escritor é coordenador das Bibliotecas do InsTI – Poeta Arievaldo Vianna (Itaitinga) e Dona Chiquinha (Trairi) - ambas cadastradas na BECE.











